O termo pode não ser assim tão popular entre nós brasileiros, mas o que ele indica é mais do que comum no universo da música. O compositor que interpreta as suas próprias canções se fazendo acompanhar geralmente por um piano ou um violão é denominado cantautor (singer-songwriter na expressão em inglês). Este modelo, que foi ganhando cada vez mais espaço mundo afora, surgiu com a popularização do gênero canção e põe em evidência justamente as ideias do compositor. Em muitos casos, artistas não tão celebrados por suas qualidades como cantor são reconhecidos como excelentes intérpretes de suas canções exatamente por entendê-las melhor do que qualquer um.

Isso não significa que não haja grandes cantores entre os cantautores. Tampouco quer dizer que músicas de compositores que cantam (ou de cantores que compõem) não possam soar muito bem na voz de outros intérpretes. Como prova disso, apresentamos aqui alguns dos cantautores de nosso catálogo e também exemplos de outras excelentes versões para suas composições. Em todos os casos, quem sai ganhando é o público.

 

Luciano Salvador Bahia

No trabalho do cantor, compositor, instrumentista e produtor há senso de humor e leveza sem prejuízo de uma sofisticada articulação crítica. Dignas dos melhores cronistas da canção, as composições de Luciano Salvador Bahia retratam aspectos do nosso cotidiano com perspicácia e profundidade. Madame Gente Fina, cantada pelo próprio autor, é um exemplo disso, assim como Vergonha, por Marcia Castro, e Queda, sucesso na voz de Celso Fonseca.

 

Donavon Frankenreiter

Sol, praia, mar e um violão. O ambiente perfeito para reunir amigos e compartilhar canções. E aí inevitavelmente vão surgir as estilosas composições praianas de Donavon Frankenreiter, como Free, ou It Don’t Matter, que ganhou versão em parceria com Kid Abelha.

 

Rômulo Fróes

Capaz de resignificar a tradição musical brasileira enquanto cria um universo novo, Rômulo Fróes é considerado um dos músicos mais influentes de sua geração. Muitos caminhos, Um Labirinto Em Cada Pé. E não à toa, Mulher do Fim do Mundo (em parceria com Alice Coutinho) se tornou emblemática na voz de Elza Soares.

 

Ivor Lancellotti

Mestre da canção, Ivor Lancellotti passeou por uma diversidade de estilos musicais ao longo da carreira. Em sua obra, poesia e melodia soam sempre naturais. Como no samba Mas Que Saudade é Essa, em parceria com Décio Carvalho, e Bravo Mar, composta com Domenico Lancellotti, na versão do grupo Fino Coletivo.