As participantes dos diversos eventos que inspiraram a criação do Dia Internacional da Mulher precisaram se esforçar para convencer o mundo sobre a importância de suas causas e argumentos. O mesmo esforço continua a cada dia. Atentas a isso, muitas compositoras de nosso catálogo refletem por meio de suas canções sobre os diferentes significados de ser mulher no mundo. O mínimo que podemos fazer em relação a isso é simples: ouvi-las.
Luedji Luna
Em seu disco de estreia, “Um Corpo No Mundo”, Luedji Luna aborda diferentes aspectos da diáspora africana no Brasil. A poética de suas canções é aglutinadora e desenvolve a crítica social por meio do elogio ao que deve ser valorizado. Sem dar espaço para o crivo irrefletido de alguns, que insistem em utilizar o termo “vitimismo” para caracterizar disputas por igualdade social, o foco de suas canções está na coragem e na força incomparável que as pessoas negras (especialmente as mulheres negras) adquiriram ao encarar os desafios que lhes aparecem no caminho. “Eu sou um corpo / Um Ser / Um Corpo Só / Tem cor, tem corte / E a história do meu lugar / Eu sou a minha própria embarcação / Sou minha própria sorte.”
Iara Rennó
Sobre a música “Mama-me”, faixa do projeto ARCO e FLECHA, a descrição do clipe é mais do que esclarecedora: “o disco ARCO é sobretudo um grito de libertação da MULHER, pelo empoderamento e pela liberação sexual, do grelo duro, dos peitos nus – temática que já vinha sendo colocada com os poemas eróticos do livro Língua Brasa Carne Flor (editora Patuá, 2015). MAMA-ME é a canção que abre o álbum, todo gravado pelo trio Iara Rennó (guitarra e voz), Mariá Portugal (bateria e programação) e Maria Beraldo Bastos (clarone).” “Sonha que me despe / E a festa acontece / Sem roupa nem confete / Só carne”